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Correio do Leitor: Dia de Todos os Santos
Neste saudoso mês de novembro, tempo de outono, das castanhas e prova do vinho novo, com dias cinzentos, de pouco sol e de chuva a anunciar a chegada do frio e a queda de lindas folhas, leva-nos a meditar, por imperativo de fé ou tradição, à romagem ao cemitério para celebrar os Santos e Finados no dia 1. Contudo, e dado o feriado em Portugal, é também celebrado por antecipação o dia dos Fiéis Defuntos, que se celebra a 2 do mesmo mês, com o toque dos sinos a finados e as várias eucaristias repletas de fiéis seguindo-se, novamente, romagem ao Campo Santo.
Para a Igreja Católica, este feriado é uma oportunidade de rezarmos pelos nossos entes queridos. Na verdade, são muitas as famílias que se deslocam, por esta ocasião, à sua terra natal no sentido de se reunir e participar nas diversas cerimónias religiosas marcadas para estes dias. Novembro é por força da tradição o mês de evocar os que já partiram, de visitar os cemitérios, de depor flores e luzes nas campas dos familiares defuntos, de envolver em lágrimas de saudade aqueles que fazendo parte, outrora, do nosso mundo, habitam agora na pátria eterna. Mais do que o gesto rotineiro, imposto por contexto social, deverá assim funcionar como sinal a recordar esta verdade fundamental: «lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te irás tornar». Ponderação que se impõe, não para que andemos tristes e desalentados, mas para aprendermos a viver coerentemente, segundo uma dimensão de valores que dêem sentido à existência na terra e nos assegurem um dia a felicidade do além.
A morte está sempre associada à vida, esta é a nossa sina desde que nascemos. E estes dias podem ser um tempo para refletir sobre a nossa vida. De que forma a vivemos? Sabemos perfeitamente que devemos viver bem a vida, mas esquecemo-nos disso diariamente. A morte nunca nos deve trazer o medo, mas aceitar adormecer em paz e não enredados em muitas ilusões e esquecidos tantas vezes de que a vida é uma passagem efémera e de que, mais dia, menos dia, chegará a nossa vez de partirmos e de reencontrarmos, junto de Deus, como os nossos familiares e amigos que, certamente, já gozam essa alegria eterna. O mês de novembro vem reforçar a íntima comunhão com os que já entraram na eternidade e dar nova vitalidade de fé na vida do além-túmulo. A saudade com fé firme, leva-nos a acreditar que há vida para além da morte, ainda que muitas vezes a dúvida em nós permaneça… e é compreensível, porque somos como Tomé, ver para crer. A carne do homem é débil.
Vivemos sempre apressados, ocupados e preocupados. Precisamos muitas vezes, dar um novo sentido à vida. Talvez o melhor seja tranquilizar as nossas mentes. Agradecer as tantas coisas boas que temos na vida, escolher o que nos faz bem e deixar para trás o que não interessa. É desafio para a nossa vida inteira, vale a pena dar o primeiro passo para a felicidade. Os nossos familiares e amigos que já partiram estão lá nas alturas, felizes a seguir os nossos passos. Quantas vezes nos ajudam em aflições sem darmos por isso. Tudo isto é um Mistério Divino.
Sobre os nossos cemitérios muitas coisas estão a mudar com a evolução dos tempos, como a cremação, já com muita tendência no país. O primeiro crematório abriu em 1925, no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Atualmente existem cerca de 40 crematórios, não somando os das ilhas. As causas que as famílias apresentam são os cemitérios com falta de espaço, o terreno tem um valor exorbitante pedido pelas Juntas de Freguesia (exploração), e o preço dos jazigos também são elevados. O facto de as famílias estarem também afastadas dos locais onde os familiares estão sepultados é outra razão que leva a opção da cremação. Na verdade, as pessoas já não vão à terra visitar a campa dos pais ou avós e foram abandonando a ideia de sepultura como algo sagrado. A preferência pela cremação acontece por ser uma solução mais definitiva, que não obriga a decisões futuras sobre o que fazer com os restos mortais, e os gastos com a funerária são menores. A cremação é uma opção mais limpa, pela ausência de manutenção de sepulturas, evitando recurso às exumações e à conservação de ossadas, levando a um processo de luto mais rápido e menos doloroso. Evita ainda que as famílias fiquem condicionadas à manutenção de uma sepultura (limpeza, colocação de flores e deslocações), podendo perpetuar as cinzas num espaço mais propício. O Papa Francisco determinou que sejam colocadas nos cemitérios em locais próprios, as cinzas merecem respeito humano e não dispersas, ou acondicionadas em qualquer local.
Existe também a preocupação em preservar o meio ambiente e adotar, progressivamente, posturas ecológicas. Os crematórios possuem processos tecnológicos muito avançados, ao contrário no enterramento a decomposição de um corpo pode contaminar os lençóis freáticos e deixar substâncias poluentes prejudiciais à saúde pública.
Firmino Santos- Leia a notícia em www.onoticiasdatrofa.pt
http://dlvr.it/TFw99c
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