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Memórias e Histórias da Trofa | A Trofa como sítio certo para motins políticos

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A Trofa como é de conhecimento de todos está localizada entre Porto e Braga, mais ou menos equidistante, sendo que obviamente mantem mais laços emocionais e culturais com a cidade do Porto.

Contudo, a razão que me faz escrever estas linhas e mais uma crónica, não se trata de afetividades culturais com outras cidades, mas, concretamente de paixões políticas. Sobretudo em momentos de maior tensão e despique político, em que os sentimentos são levados ao extremo e existe sempre o empenho de tentar perceber os desfechos de novelas normalmente curtas.

Circula pelos elementos da população portuguesa, na sua cultura, que os portugueses são cidadãos de brandos costumes, avessos à violência, que aceitam por um conjunto de atitudes, talvez motivadas pelo putativo conformismo, o regime político em vigor.

Todavia, nem sempre foi assim. Fazendo um pouco de investigação profunda na história é notório que os atos de violência foram acontecendo e alguns com extrema gravidade, começando com o próprio D. Afonso Henriques que alegadamente tinha batido na sua mãe para conseguir formar este belo país a que chamamos Portugal.

A “parte” do bater na mãe, seguramente que é excessivo e é apenas o reforço da identidade nacional vindo de tempos imemoriais em que o Homem valorizava outros valores e pontos de vista.

Retornando à Trofa, é óbvio que a sua localização privilegiada podia trazer os seus dissabores nestes momentos de tensão política, sobretudo, quando tem das poucas pontes sobre o Rio Ave no seu território, como também, estar no centro da ligação entre Porto e Braga.

Na leitura de documentação relativa aos Governos Civis e às atividades militares no que respeita aos movimentos liderados, ou pelo menos apoiados pelo Paiva Couceiro, militar de relevo da causa monárquica, a Trofa e a ponte férrea de comboio eis que surge num dos planos para ser dinamitada e assim impedir as ações das forças leais ao regime.

Os movimentos foram constantes ao longo dos 16 anos que durou a 1ª. República, os incidentes inúmeros e no decorrer desses factos eis que uma carga de dinamite chegou a ser colocada na ponte, deflagrou, mas, a forma como foi colocada fez com que a ponte tivesse feito o tamponamento da explosão e a estrutura não colapsou.

O susto deve ter sido enorme para quem morava nas redondezas, tamanha explosão não passaria despercebida, todavia, o objetivo não foi cumprido.

As situações de tensão envolvendo elementos reacionários, não eram uma novidade neste território, até porque, numa das muitas crónicas anteriores, foi evidente a detenção do Padre de Covelas em exercício naquele momento da história da 1ª. República como estando envolvido com redes de resistência monárquicas, inclusivamente no apeadeiro que serve a localidade, era apreendida uma mala que tinha sido esquecida por um passeiro com várias bombas.

Fundamental aludir para o facto que muitos dos padres eram reacionários, muitos fugiam das suas paróquias quando sabiam que iam ter problemas com as autoridades políticas, mas, enquanto não entravam no radar das autoridades, eis que eram considerados livres para pregar os seus ideais políticos.

Já próximo ao final da República, supostamente, segundo leitura de alguns textos de investigação histórica, havia o propósito de destruir a Ponte Pênsil para tentar parar a marcha do General Gomes da Costa que apenas terminaria em Lisboa e com a implementação do novo regime político que apenas terminaria com o 25 de Abril de 1974.

Em jeito de conclusão, digam lá, se toda esta situação dava direito a ser um guião de um filme trágico/cómico, uma ponte que esteve quase a ser dinamitada, um padre que recebia bombas em casa e que depois não as foi levantar, uma outra ponte em risco de sabotagem, tudo isto em apenas 16 anos, pelo menos de falta de animação, não se podiam queixar. Artigo para ler em www.onoticiasdatrofa.pt
http://dlvr.it/TJNLhr

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