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O potencial económico e de mercado do CBD em Portugal

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O mercado do canabidiol tem ganho impulso significativo em Portugal, impulsionado por mudanças regulatórias, aumento da procura e inovação no desenvolvimento de produtos. As startups nacionais e internacionais têm lançado periodicamente novos extratos e formulações, aproveitando métodos de extração avançados — como CO₂ supercrítico — para garantir puridade e perfis de canabinoides de espectro completo.

Analisar os números e entender o enquadramento legal é essencial para investidores, empreendedores e consumidores que pretendem apostar no CBD em Portugal. Isso implica também o domínio das exigências do Decreto-Lei n.º 8/2019 relativo à prescrição e rotulagem de medicamentos à base de canábis, garantindo cumprimento regulamentar e evitando potenciais sanções

Panorama de mercado e crescimento projeta­do

Em 2024, o valor do mercado português de produtos à base de CBD situou-se em 49,24 milhões de dólares, prevendo-se um crescimento anual composto (CAGR) de 14,5 % até 2031. Num subsegmento de bebidas, o valor atingiu 28,46 milhões de dólares em 2024, com um CAGR de 22,5 % até 2031. Estes dados refletem a consolidação do CBD não apenas em óleos e cápsulas, mas também em novos formatos como bebidas funcionais e cosméticos.

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Enquadramento legal: Segurança e transparência

A Lei n.º 33/2018, de 18 de julho, foi o marco que regulamentou o uso de produtos medicinais à base da planta da canábis, estabelecendo que apenas podem conter até 0,2 % de THC e obrigando a receitas médicas para dispensação em farmácia. O Decreto-Lei n.º 8/2019 detalha o processo de prescrição e dispensa, reforçando a verificação da identidade do utente e a necessidade de análise laboratorial que comprove pureza e potenciação dos canabinóides. Este quadro legal confere segurança ao consumidor e credibilidade ao setor.

Perfil de consumo e canais de distribuição

Atualmente, o perfil do consumidor de CBD em Portugal é diversificado: desde utentes em busca de alívio para ansiedade e insónias, a atletas que procuram acelerar a recuperação muscular. Em estudos clínicos, o CBD demonstrou reduzir sintomas de ansiedade em até 58 % e melhorar a qualidade do sono já na primeira semana de uso. 

Os principais canais de compra são:

* Farmácias: onde apenas medicamentos com receita são vendidos.

* Lojas especializadas e concept stores: oferecem produtos de cosmética e suplementos dietéticos.Apesar de o Infarmed ter determinado que o CBD não pode constar em cosméticos convencionais, muitas concept stores disponibilizam suplementos — como gomas e cápsulas — enquadrados nas regras de fitoterapia e alimentos, devidamente autorizados pela ASAE.

* E-commerce: plataformas nacionais e internacionais que disponibilizam óleos, gomas e cápsulas, com garantia de análise laboratorial. Estas lojas online estão sujeitas à fiscalização da ASAE e devem apresentar certificados de pureza e rastreabilidade de lotes, conforme exigido na Portaria n.º 83/2021

A combinação destes canais potencia a acessibilidade e promove o esclarecimento do consumidor sobre dosagens e aplicações.

Inovação e oportunidades de investimento

Portugal destaca-se também pela espinha-dorsal agrícola de pequenos e médios produtores de cânhamo industrial. Em maio de 2025, existiam 39 empresas autorizadas ao cultivo, 25 à produção, 49 à importação, 50 à exportação e 16 à comercialização de produtos derivados de canábis. Este ecossistema abre espaço para:

* Startups de extração avançada: cuja tecnologia ultra-purifica o CBD, gerando produtos de espectro completo e isolados.

* Novos segmentos: bebidas funcionalizadas, cosméticos anti-idade e suplementos nutricionais.

* Parcerias científicas: ensaios clínicos em universidades nacionais para expansão de indicações terapêuticas.

Os investidores que apostem em inovação tecnológica e valores locais podem encontrar diferenciais competitivos robustos.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar do dinamismo, existem desafios a ultrapassar:

* Desinformação e estigma cultural, que exigem campanhas educativas sobre o perfil não psicoativo do CBD.

* Uniformização de preços, já que a variação nos custos de produção e margens comerciais afeta a competitividade.

* Regulamentação em cosméticos: a Comissão Europeia esclareceu que, quando derivado do cânhamo, o CBD é permitido em fórmulas cosméticas, desde que respeite os limiares de THC.

A longo prazo, a consolidação de clusters regionais, apoios fiscais e maior literacia do consumidor serão cruciais para transformar Portugal num hub europeu de referência para o CBD.
O CBD em Portugal apresenta-se como uma oportunidade de investimento e inovação, apoiada por um quadro legal sólido e por números de mercado promissores. Para quem pretende dar o próximo passo — seja como empreendedor, investidor ou consumidor — é fundamental optar por produtos com análise laboratorial e recorrer a especialistas de confiança. Adotar uma abordagem responsável é o caminho para potenciar os benefícios do CBD, dinamizar a economia local e consolidar Portugal como referência no setor. Artigo para ler em www.onoticiasdatrofa.pt
http://dlvr.it/TMC8g4

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