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Pare de insultar a inteligência dos portugueses, senhor primeiro-ministro
Faço parte da maioria absoluta que não queria eleições. Não por ser entusiasta deste governo, mas porque compreendo e aceito que a democracia é feita de alternância. E a menos que algo de muito grave aconteça, os governos devem governar até ao fim dos seus mandatos.
E se é verdade que há gravidade nos casos, casinhos e casões que envolvem Luís Montenegro, eles afectam sobretudo a sua pessoa, não a governação propriamente dita (que se saiba). Num mundo ideal, Montenegro compreendia a insustentabilidade da sua situação, demitia-se, era substituído e a governação seguia o seu curso.
O que sucede?
Sucede que Montenegro está tão agarrado ao poder que fez cair o governo por sua própria iniciativa. Tinha orçamento aprovado, sobreviveu a duas moções de censura e estava mais que legitimado para continuar. Não havia nada, rigorosamente nada, que exigisse a apresentação daquela moção de confiança. Foi uma escolha a pensar em si, não no país.
Ainda assim, Montenegro optou por mergulhar o país em mais uma crise política, empurrando-o para novas eleições. Digo eu e dizem 46% dos inquiridos da mais recente sondagem da Pitagórica para a TSF, DN e JN, quando questionados sobre o principal responsável pela actual situação.
Aliás, 70% dos inquiridos defendem mesmo que o PSD devia ter retirado a moção de confiança.
Contudo, o primeiro-ministro insistiu na apresentação de uma moção que sabia condenada. Até porque Pedro Nuno Santos afirmou, logo no início da actual legislatura, que não apresentaria qualquer moção de censura, mas que também não aprovaria nenhuma de confiança. Dizer que foi a oposição a derrubar o governo é infantilizar o eleitorado. O governo nunca teria caído se a moção de confiança não fosse apresentada. A queda do governo foi uma escolha calculada de Montenegro.
A própria justificação de que esta escolha terá sido feita para escapar à comissão de inquérito é absurda. Aconteça o que acontecer, a comissão de inquérito vai para a frente. E a julgar por todas as notícias que têm vindo a público, Luís Montenegro tem boas razões para estar preocupado. Com ou sem consequências práticas, os seus malabarismos serão esmiuçados.
Escrito isto, importa sublinhar o óbvio: toda a propaganda que pretende culpar a oposição pela queda do governo não tem o mínimo fundamento e não passa de um triste e desesperado exercício de demagogia.
O responsável por estas eleições que poucos desejam chama-se Luís Montenegro.
Ele e todos os que o ajudaram a construir e propagar o embuste.
O mínimo que se exige a esta pandilha é um pedido de desculpas. E que parem, de uma vez por todas, com os insultos à inteligência dos portugueses. Não somos todos parvos, muito menos um bando de imprestáveis de mão estendida, à espera de um tacho que camufle a nossa incapacidade de singrar na vida por outra via que não a da lealdade cega e canina a um qualquer caudilho.
Mesmo que vençam as eleições, suspeito, Montenegro e o PSD pagarão caro este insulto. Mas é pouco provável que aprendam alguma lição. A história recente do nosso país diz que o embuste, em política, compensa. E nem precisamos de sair da Trofa para perceber isso mesmo.
Artigo de Opinião de João Mendes
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